Esporotricose São 824 casos em seis meses!A maioria na zona oeste.

A Vigilância Sanitária do Rio iniciou uma campanha nesta quarta-feira nas ruas para alertar a população sobre o surto de uma doença que vem atingindo os gatos da cidade: a esporotricose. Um tipo grave de fungo, ela pode ser transmitida dos animais para humanos. De acordo com o órgão, são 824 somente no primeiro trimestre , a maioria na Zona Oeste.
Todos os casos foram atendidos no Centro de Zoonoses Paulo Dacorso Filho (CPDF) e na Unidade de Medicina Veterinária Jorge Vaitsman (UJV). A esporotricose provoca lesões graves na pele, sendo mortal para os felinos, mas havendo tratamento para humanos. A contaminação ocorre através do contato das garras do gato com material orgânico em decomposição contaminado, como cascas de árvores, palhas, farpas, espinhos e o solo. Após a instalação do fungo, o gato pode transmitir a doença para seres humanos através de arranhões, mordidas e contato direto com a pele lesionada.

Nos animais, os sintomas da doença são feridas no rosto e nos membros profundas, geralmente com pus, que não cicatrizam e costumam se espalhar para o resto do corpo. A perda de apetite, apatia, emagrecimento, espirros e secreção nasal são outras manifestações da doença.
Já nos seres humanos, os sintomas começam com um pequeno caroço vermelho, que pode virar uma ferida. Geralmente, eles aparecem nas mãos, nos braços, nas pernas ou no rosto, às vezes formando uma fileira de pequenos nódulos ou feridas. Também podem aparecer dores nas articulações e febre. Quem apresentar estes sintomas deve procurar uma unidade de saúde.
O risco de morte nos gatos diminui se a doença for diagnosticada logo no início. Entretanto, o ideal é procurar um veterinário assim que houver algum sinal, principalmente no focinho do animal. A Vigilância Sanitária também alerta para o aparecimento de feridas em cachorros, que apresentam um número baixo de contaminação.
O CPDF e a UJV atendem a esses casos nos animais. No centro de zoonoses é necessário agendar uma consulta pelo telefone 1746, enquanto na unidade de medicina veterinária basta levar o animal na Avenida Bartolomeu de Gusmão, nº 1.120, em São Cristóvão
Veja algumas fotos de como a pesoa fica ao pegar a doença.


Feridas no animal identificam a esporotricose. Veja:



A esporotricose atinge quais animais? Como é o contágio?

Embora a esporotricose já tenha sido relacionada a arranhaduras ou mordeduras de cães, ratos e outros pequenos animais, os gatos são os principais animais afetados e podem transmitir a doença para os seres humanos. O fungo causador da esporotricose geralmente habita o solo, palhas, vegetais e também madeiras, podendo ser transmitido por meio de materiais contaminados, como farpas ou espinhos. Animais contaminados, em especial os gatos, também transmitem a doença, por meio de arranhões, mordidas e contato direto da pele lesionada.

Como é possível identificar a esporotricose em humanos?

A doença se manifesta na forma de lesões na pele, que começam com um pequeno caroço vermelho, que pode virar uma ferida. Geralmente aparecem nos braços, nas pernas ou no rosto, às vezes formando uma fileira de carocinhos ou feridas. Como pode ser confundida com outras doenças de pele, o ideal é procurar um dermatologista para obter um diagnóstico adequado.

Os gatos podem transmitir esporotricose para as pessoas?

Sim, por meio de arranhões, mordidas e contato direto com a lesão. Por isso é importante que o diagnóstico seja feito rapidamente e que o animal doente receba o tratamento adequado. Animais doentes não devem nunca ser abandonados. Se isso acontecer, eles vão espalhar ainda mais a doença. Caso suspeite que seu animal de estimação está com esporotricose, procure um médico veterinário para receber orientações sobre como cuidar dele sem correr o risco de ser também contaminado.

É possível que um gato doente contamine outros animais que convivem no mesmo ambiente, como uma casa, quintal ou apartamento?

Sim. Por isso é aconselhável isolar o gato do contato com outros animais, separando-o num ambiente próprio, para que receba os cuidados de que necessita sem comprometer a saúde dos outros bichos da casa. Outro cuidado muito importante: em caso de morte do animal com esporotricose, é essencial que o corpo seja cremado, e não enterrado. Isso porque a micose pode se espalhar pelo solo, espalhando a doença entre outros animais.

Que cuidados podem evitar a transmissão?

Uma boa higienização do ambiente pode ajudar a reduzir a quantidade de fungos dispersos e, assim, novas contaminações. É também importante não manusear demais o animal, usar luvas e lavar bem as mãos. Em caso de morte dos animais doentes, não se deve enterrar os corpos, e sim incinerá-los, para evitar que o fungo se espalhe pelo solo.

Onde levar um gato com suspeita de esporotricose para ser atendido?

O animal com suspeita de esporotricose deve ser levado a uma clínica veterinária. Há atendimentos de baixo custo e alguns gratuitos. No Rio de Janeiro, o animal pode ser encaminhado à Unidade de Medicina Veterinária da Prefeitura, que presta atendimento de segunda a sexta-feira, pela manhã e à tarde, com distribuição de números por ordem de chegada. Para mais informações acesse o site http://www.1746.rio.gov.br/ ou ligue para o 1746 da prefeitura.